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Foto do escritorFabrício Girão

Crítica: Free Guy - Assumindo o Controle apresenta mundo virtual com conexões emocionalmente reais

Filme com Ryan Reynolds e Jodie Comer diverte com ação carregada e piadas com o mundo dos games, mas ganha pelo desenvolvimento dos personagens.

Divulgação/20th Century Studios

Um cara comum vive uma vida comum. Acorda pela manhã, toma seu café acompanhando as notícias no telejornal e segue rumo ao trabalho. Uma rotina normal para um cidadão normal, mas que vira de ponta cabeça quando ele descobre que não passa de um personagem de um jogo eletrônico. E pior, ele é um mero figurante desse jogo.





É essa premissa existencialista que move a trama de Free Guy: Assumindo o Controle, novo filme do 20th Century Studios que tem o sempre hilário Ryan Reynolds como Guy, um NPC (personagem não-jogável de um game) quer quer bem mais do que uma rotina comum. O longa tem direção de Shawn Levy (Stranger Things), que alterna entre cenas de ação frenética, impulsionadas pelas possibilidades do mundo virtual, sem perder o foco dos conflitos pessoais dos personagens, que humanizam o filme.


Divulgação/20th Century Studios

Dupla imbatível


Guy é um cara de coração enorme. Ele espera sempre o melhor dos outros e a ingenuidade é muito importante na construção do humor quando ele começa se questionar sobre a vida. Ryan Reynolds está leve no papel, que talvez seja seu personagem mais divertido depois do Deadpool. Do outro lado, temos a incrível Jodie Comer, uma das atrizes mais talentosas da atualidade, entregando com muita competência uma personagem de extremos: a quieta e concentrada Millie e a explosiva Molotov Girl.





Guy e Millie precisam um do outro para atingir seus objetivos, sejam eles descobrir quais as possibilidades da vida ou encontrar as provas necessárias para uma disputa judicial. É interessante como o filme constrói as motivações deles sem se apressar e dando espaço para que eles cresçam na tela. Sempre que os dois estão juntos, Free Guy brilha.


Dilemas reais


Já era esperado que, para além da comédia e das referências ao mundo dos games, Free Guy: Assumindo o Controle trouxesse criativas cenas de ação, amplificadas pelas possibilidades de se ter o filme ambientado em um mundo virtual onde literalmente tudo é possível. Nesse quesito, ele não decepciona. Há perseguições em alta velocidade, explosões a todo momento e até planos de assalto elaborados. Nada fica repetitivo e o filme consegue sempre se reinventar nessa área.


Divulgação/20th Century Studios

Free Guy: Assumindo o Controle realmente surpreende em como leva a sério as conexões emocionais de seus personagens, e, principalmente, como o protagonista mergulha nas principais perguntas que movem o filme: o que é, de fato, real? Há mais para a minha vida do que eu imagino? Com citado acima, o filme não poupa esforços em narrar os conflitos e motivações de cada personagem, mesmo que isso resulte em uma duração um pouco mais longa.


Essa construção é fundamental para que, durante a conclusão, já estejamos completamente investidos nesse mundo virtual, que se assemelha de forma quase que assustadora aos dilemas do mundo real.


Grata surpresa


Não é exagero falar que Free Guy: Assumindo o Controle é uma das principais surpresas do ano. O filme mantém um ritmo excelente ao conduzir a narrativa regada a aventura e ação surreal, com várias referências aos jogos eletrônicos e à cultura pop como um todo, mas se colocando muito acima da média ao realmente desenvolver os personagens e suas questões, com um elenco cheio de talentos muito bem utilizados.






Free Guy: Assumindo o Controle


Ano: 2021

Direção: Shawn Levy

Elenco: Ryan Reynolds, Jodie Comer, Lil Rel Howery, Joe Keery, Utkarsh Ambudkar e Taika Waititi.


Grandes explosões e ação frenética em um mundo de videogame não impedem Free Guy: Assumindo o Controle de oferecer uma experiência real.


Nota: 3.5/5

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