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Foto do escritorFabrício Girão

Mansão Mal-Assombrada: Crítica do Almanaque Disney

Novo filme inspirado na atração dos parques é aventura divertida para a família, ainda que não seja tão assustador assim.

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Com o sucesso gigantesco de Piratas do Caribe e suas sequências nos anos 2000, a Disney se empenhou a tentar encontrar uma nova franquia nos cinemas que adaptasse uma de suas atrações ou áreas famosas de seus parques temáticos. O resultado deu certo em algumas ocasiões, como com Jungle Cruise (que apesar do desempenho morno em meio a pandemia, teve uma sequência anunciada) mas deu bem mais errado, como com os fracassos Tomorrowland (2015) e Mansão Mal-Assombrada (2003).



A questão é que o estúdio parece não ter desistido da iniciativa, mesmo tantos anos depois, e resolveu dar uma segunda chance justamente para a Mansão Mal-Assombrada, que ganha uma nova adaptação nas mãos do diretor Justin Simien, com um elenco que inclui grandes nomes como Lakeith Stanfield, Tiffany Haddish, Jamie Lee Curtis e Owen Wilson.


Cena de Mansão Mal-Assombrada, da Disney
Divulgação/Disney Studios

O maior acerto dessa nova versão, diferente do filme de 2003, é conseguir integrar diversos elementos e personagens icônicos, já consagrados na atração da Disneyland, e torná-los relevantes dentro da trama, e também contar uma história original e surpreendentemente tocante, ao abordar o luto e a dificuldade de seguir em frente depois de perdas tão grandes.



Nesse sentido, fãs dos parques terão um gostinho a mais ao ver personagens como a Madame Leota, o Hatbox Ghost, a Noiva e os Hitchhiking Ghosts, além de espaços como a Stretching Room, a Sala de Jantar e a icônica fachada da Mansão. Isso não significa, no entanto, que o filme não funciona para quem não é familiarizado com a atração, mas a experiência se torna outra com o conhecimento prévio.


Jamie Lee Curtis em cena de Mansão Mal-Assombrada, da Disney
Divulgação/Disney Studios

Mansão Mal-Assombrada trilha o caminho do "terror para a família" que nunca é verdadeiramente assustador, algo bem decepcionante ao se pensar que a atração é capaz de causar calafrios em alguns momentos. A força do filme se encontra no comprometimento do elenco, que interpreta uma galeria de personagens caricatos (uma médium, um padre, um professor excêntrico) e consegue conferir a eles certa humanidade.


Humanidade, inclusive, é o principal traço do roteiro de Katie Dippold, e a maior surpresa do filme. Ao redor da aventura e do mistério, ela traz uma discussão muito sincera sobre o peso do luto e os sentimentos que ele evoca, dando espaço para que o personagens de Lakeith Stanfield, o viúvo Ben, tenha o melhor desenvolvimento do filme.



O desenrolar da trama não foge muito das expectativas, mas Mansão Mal-Assombrada ainda consegue divertir. Mesmo que as 999 assombrações felizes não coloquem muito medo no público, o filme ainda se consolida como uma aventura engraçada e que faz excelente uso dos elementos que consagraram a atração como um fenômeno, em um resultado melhor que o do filme de 2003. A melhor adaptação, no entanto, continua sendo Muppets Haunted Mansion: A Festa Aterrorizante, de 2021.


Pôster oficial de Mansão Mal-Assombrada, da Disney

Mansão Mal-Assombrada

Ano: 2023

Direção: Justin Simien

Elenco: Lakeith Stanfield, Tiffany Haddish, Owen Wilson, Rosario Dawson, Danny DeVito, Chase Dillon, Jamie Lee Curtis e Jared Leto.


999 assombrações felizes não assustam muito, mas invocam um divertido filme para a família que usa o melhor da atração.


Nota: 3.5/5

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