Jake Gyllenhaal, Dennis Quaid, Gabrielle Union, Jaboukie-Young White, Don Hall, Qui Nguyen e Roy Conli falam sobre a produção da nova animação da Disney.
Avalonia nos aguarda! Mundo Estranho, nova animação da Disney Animation, já está em cartaz nos cinemas brasileiros. O AD teve a oportunidade de conversar com os criadores do filme, Don Hall, Qui Nguyen e Roy Conli, e com alguns membros do elenco, como Jake Gyllenhaal, Gabrielle Union, Dennis Quaid e Jaboukie Young-White. Durante a conversa, eles comentaram sobre os bastidores da produção, sobre o trabalho de voz no filme e sobre as características dos personagens.
Mundo Estranho é um filme original de ação e aventura que desbrava uma terra desconhecida e traiçoeira, onde criaturas fantásticas aguardam os lendários Clade, uma família de exploradores cujas diferenças ameaçam atrapalhar sua recente e mais crucial missão.
Confira a entrevista abaixo:
Como surgiu a ideia para Mundo Estranho? Foi a vontade de querer nos levar por uma aventura no estilo das pulp fictions?
Don Hall: Isso veio um pouco depois. Começou apenas com essa ideia, pensando nos meus filhos e no mundo que eles vão herdar, querendo contar uma história que falasse sobre isso, mas também falasse sobre como podemos nos tornar bons ancestrais. E queríamos contar isso através de três gerações de uma família, porque eu sou pai e o meu pai não pensava muito nisso. Acho que esse é um tipo de relação que todos nós podemos nos identificar. Poder contar essa história com essa lente pulp de ação e aventura foi um sonho realizado.
Há algo de muito universal na história, mas ela também parece muito autêntica na representação dos personagens, com bastante diversidade. Isso fica evidente nas marcas do trabalho de muitas pessoas como você, Qui. Como foi esse processo?
Qui Nguyen: Sim! Para a minha sorte não sou apenas eu, nosso time é super diverso na Disney. Muitos dos nossos artistas, desde os artistas de storyboard até os animadores, colocam muito de suas visões durante a produção do filme, e nós queríamos fazer um filme que refletisse de verdade o mundo em que vivemos. Porque, de certa forma, poderíamos fazer um mundo onde todos eles são azuis e ou algo do tipo, mas queríamos fazer um mundo em que, por exemplo, parecesse real quando você olha da janela em Los Angeles ou Nova York.
Roy, enquanto esses caras cuidam da história, muito de seu trabalho como produtor é reunir a equipe, organizar os recursos, fazer as pessoas se envolverem. E vocês conseguiram reunir esse elenco incrível, como foi esse trabalho?
Roy Conli: Foi incrível porque esse pessoal chegou elevando o nível do trabalho. Eles queriam se envolver, acho que eu nunca tive um elenco tão dedicado à história. Foi interessante desde o primeiro dia, Jake, Dennis, Gabrielle e Jaboukie chegaram e todos eles estavam muito investidos na história. E essa é uma coisa maravilhosa que a animação proporciona, é uma forma de arte iterativa, onde todos contribuem de uma forma. 450 pessoas contribuíram com isso, e esses quatro [os atores] fizeram um trabalho incrível em trazer esses personagens à vida.
Jake, quem é o Searcher Clade e o que te atraiu no personagem?
Jake Gyllenhaal: Como o Don comentou, a ideia inicial do filme foi inspirada em algo que veio do coração dele, e foi isso que me atraiu no projeto. Não foi uma história que veio do nada, veio direto dele e das experiências pessoais dele, e eu quis me envolver porque me pareceu muito pessoal. E aí eu trouxe a bagagem da minha família e a minha experiência de uma forma diferente, com a minha voz, já que é uma animação. O que faz esse processo de trabalhar com eles tão maravilhoso é que eles realmente colocam você lá. Os animadores começam a prestar atenção no seu rosto, nos seus movimentos, nas suas expressões faciais e o personagem lentamente começa a se tornar você.
Dennis, como o Jaeger se comporta em relação ao filho e qual é a dualidade do personagem?
Dennis Quaid: Bem, ele é uma pessoa muito obcecada, entende? Ele se vê como o maior explorador que o mundo já conheceu e ele quer que o filho dele continue a carregar essa bandeira, o legado e tudo isso. O que é mais interessante entre ele e o personagem do Jake é que eles acabam fazendo a mesma coisa contra a qual eles lutaram, são hipócritas sem perceber. Eles têm o mesmo objetivo, mesmo que tenham diferentes modos de pensar em como salvar Avalonia, e acho que isso acrescenta camadas e mais camadas aos personagens. Com isso, eles parecem realmente parte de uma família, com problemas que se discutem na mesa do Dia de Ação de Graças.
Gabrielle, como foi essa experiência para você?
Gabrielle Union: Essa oportunidade surgiu mais ou menos na mesma época que The Inspection, e eu precisava de certa leveza. Tentando encontrar a personagem, eu pensei: 'Que tipo de mãe ela é? Ah, ela é uma boa mãe, tudo bem'. Então eu agarrei a oportunidade porque eu não só precisava de algumas risadas para afastar a escuridão, mas também queria brincar em um outro meio. Eu já fiz trabalho de voz em escala menor com a Disney, no Disney Junior, mas poder dar voz a uma personagem do famoso estúdio de animação da Disney é como um sonho que se realiza. É algo que todos nós esperamos poder fazer um dia.
Jaboukie, por que o Ethan é uma adição tão importante para o cânone de personagens da Disney?
Jaboukie Young-White: Eu amo o Ethan porque há tanto que ele ainda está descobrindo, e a identidade dele e as muitas facetas dessa identidade são ele, tudo de uma vez. Não é uma história sobre ele se assumir, não é uma história sobre ele tentar encontrar aceitação para sua sexualidade, é apenas o Ethan se tornando plenamente ele, e em um ambiente que está pronto para apoiá-lo. Acho que em qualquer meio isso é interessante, e em animação isso é algo enorme.
Mundo Estranho está em cartaz nos cinemas.
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